Publicado em: 25/10/2019 15:14:16
BOLSISTA DE PÓS-DOUTORANDO DO PPGG/UNIR FOIUM DOS VENCEDORES COM MELHOR TESE NA EUROPA
BOLSISTA DE PÓS-DOUTORANDO DO PPGG/UNIR
FOI UM DOS VENCEDORES COM MELHOR TESE NA EUROPA
Dr. Daniel Belik
O bolsista do Programa Nacional de Pós-Doutorado (PNPD/CAPES), Dr. Daniel Belik, vinculado ao Programa de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Geografia da Fundação Universidade Federal de Rondônia (PPGG/UNIR) e ao Grupo de Pesquisa Geografia, Natureza e Territorialidades Humanas (GENTEH) foi um dos vencedores da II edição da Associação de Brasilianistas na Europa (ABRE) com a melhor tese produzida sobre o Brasil na Europa no ano de 2018, intitulada “Indigenous Routes: Interfluves and Interpreters in the upper Tapajós (c.1750 to c.1950)”. O outro contemplado foi Octavie Eugénie Paris da Université Jean Moulin Lyon 3 – Université de Lyon com o trabalho “Habiter un logement populaire locatif du centre-ville: la place des cortiços à São Paulo, Salvador et Belém”.
A escolha de ambas as teses ocorreu durante o II Congresso da Associação de Brasilianistas na Europa (ABRE) na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), em Paris - França, realizado no período de 18 a 20 de setembro de 2019.
SOBRE O AUTOR E A TESE
Daniel Belik é doutor pela University of St. Andrews, na Escócia e atualmente realiza seu Pós-Doutorado no PPGG/UNIR, onde desenvolve pesquisas sobre história indígena na Amazônia. Na tese, o autor apresenta uma descrição etnográfica da história indígena e da colonização do rio Tapajós, na Amazônia Brasileira. Para tanto, considera a pacificação dos índigenas que ocorreram ao longo dos séculos XVIII e XIX, com isso fornece material etnográfico e histórico dos povos indígenas que circularam pelo Alto e Médio Tapajós, de modo a examinar suas lógicas de contato interétnico.
Fonte: Daniel Belik (2018).
A tese se baseou em material arquivístico militar e missionário, lido através das concepções que traziam sobre rotas e movimentações tanto dos indígenas como dos colonizadores. Durante o período de penetração na região conhecida, pela geografia da época, como “Mundurucânia”, diversos povos originários que viviam nos campos e à beira dos rios passaram a ser usados não só como mão de obra, mas, de modo mais importante, como guias e intérpretes, o que facilitou a ocupação estrangeira desses áreas de acesso remoto. Se, por um lado, esses povos foram explorados pelo movimento colonizador na Amazônia, de outro modo, foram eles que guiaram e direcionaram por onde essa penetração seria feita e com quais outros povos teria contato, o que demonstra envolvimento ativo e protagonismo nesse processo histórico.
Dr. Daniel afirma que com a chegada dos frades franciscanos e o estabelecimento da Missão do Cururu já no inicio do século XX, novas trocas passam a ocorrer entre colonizadores e indígenas, desta vez, através de narrativas de origem daquele espaço e das pessoas que lá habitavam. Tal dinâmica de desvios e encontros entre povos indígenas – direcionaram a colonização de uma região - e a valorização de sua práticas locais ainda é um tema pouco explorado dentro da antropologia e de outras áreas do conhecimento. O estudo buscou sintetizar a história de colonização de uma região da floresta Amazônica Brasileira a partir da lógica nativa de deslocamento. Para tanto, analisou fragmentos de cultura material, míticos e de nomeação entre povos tal qual aparecem na literatura de viagem de modo a rastrear as dinâmicas espaciais desses povos originários na Amazônia e suas transformações efetuadas na paisagem.
Com um total de 292 páginas, a tese em inglês poderá ser baixada e encontra-se disponível para acesso em https://research-repository.st-andrews.ac.uk/handle/10023/16099 e https://ethos.bl.uk/OrderDetails.do?uin=uk.bl.ethos.757188
SOBRE A ASSOCIAÇÃO DE BRASILIANISTAS NA EUROPA - ABRE
Foi fundada em Leiden, na Holanda, em junho de 2017, com o propósito de promover o desenvolvimento dos estudos brasileiros na Europa e o diálogo entre brasilianistas europeus – e destes com outros parceiros, no Brasil e nas demais partes do mundo.
Através de seus congressos bienais e de outras iniciativas, a ABRE coloca-se como uma estrutura facilitadora, a qual busca favorecer pesquisas conjuntas de pesquisadores brasileiros e europeus, seu financiamento por bolsas e programas e sua comunicação. Tem como desafio maior a aposta em um melhor conhecimento do Brasil na Europa e do brasilianismo europeu no mundo. Informações sobre a ABRE podem ser acessadas em http://abre.eu/.
SOBRE O PPGG E O GENTEH
O Programa de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Geografia (PPGG) iniciou a primeira turma de Mestrado em 2006 e o Doutorado em 2016. É reconhecido pela CAPES e possui nível 4. Tem como missão “Contribuir de forma significativa e decisiva no aprofundamento de estudos da Geografia na Panamazônia por meio da formação de pesquisadores, mediante qualificação e capacidade técnica e teórica no desenvolvimento do Estado de Rondônia, da Região Norte do Brasil e da Amazônia, por meio de ações e reflexões científicas na área da ciência geográfica, em especial ao acervo teórico-metodológico das práticas de gestão de território e ambiente em escalas local, regional, nacional e internacional”.
Como visão o PPGG almeja ser um Programa de Pós-Graduação de referência e reconhecido em âmbito local, regional, nacional e internacional na área de Geografia. Para tanto, é um curso regular, acadêmico, público, integral e em atividade no Campus José Ribeiro Filho da UNIR, Porto Velho, composto pelas atividades de Ensino de Pós-Graduação da UNIR. Conta com a área de concentração “Ambiente e Território na Pan-Amazônia” e duas linhas de pesquisas: “Paisagem, Processos do Meio Físico e Gestão Ambiental – PMG” e “Território e Sociedade na Pan-Amazônia – TSP”. Outras informações podem ser acessadas em http://www.posgeografia.unir.br.
O Grupo de Pesquisa Geografia, Natureza e Territorialidades Humanas – GENTEH é certificado pela UNIR junto ao Diretório Geral de Pesquisas (DGP/CNPq) e foi formalizado em 2019 com o propósito principal de enfocar estudos geográficos sobre natureza e territorialidades na Panamazônia, sobretudo relacionados aos povos originários e populações tradicionais. É coordenado pelo Prof. Dr. Adnilson de Almeida Silva, vinculado ao Departamento de Geografia e ao PPGG/UNIR.
Fonte: PPGG/UNIR