Publicado em: 23/03/2020 14:45:35
RENNEGEO - Nota sobre o Covid-19 no Brasil
Nota sobre o Covid-19 no Brasil
Fonte: Rede Norte-Nordeste de Pesquisadores na Pós-Graduação em Geografia (RENNEGEO)
Disponível em: http://www.rennegeo.unir.br/noticia/exibir/10819
Nota publicada no site ANPEGE (Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Geografia)
http://www.anpege.ggf.br/noticia.php?id=26
Em face à emergência em saúde pública de importância nacional, decorrente da Infecção Humana causada pelo Novo Coronavírus, classificada como Pandemia em 11 de março de 2020 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e diante dos desencontros nas informações sobre as suspeitas e casos confirmados, a Rede Norte-Nordeste de Pesquisadores na Pós-Graduação em Geografia (RENNEGEO) abre espaço, se utilizando do instrumental do geoprocessamento para tratamento e divulgação, em um primeiro momento, de dados relativos à ocorrência dos casos suspeitos de contaminação e dos casos confirmados no Brasil.
Pautado em conjunto de representações construídas pelo Professor Franklin Roberto da Costa, da UERN, percebe-se que os primeiros casos suspeitos foram registrados no Brasil em meados de fevereiro (dia 19) do corrente ano e, em apenas um mês, de escala restrita a alguns estados (RS e SP) incorporam a escala da nação (Mapa 1).
Mapa 1
A confirmação do primeiro caso de contaminação pelo COVID-19 no Brasil se deu no dia 25 de fevereiro, no estado de São Paulo. Desde então, o aumento é exponencial (Mapa 2).
Medidas restritivas têm sido adotadas para conter o avanço da contaminação, pois, em apenas 24h (de 19/03 a 20/03), foi perceptível a mudança no cenário nacional (Mapa 3) o extrapolamento do raio de concentração na Região Sudeste (ênfase SP e RJ), atingindo com força a Região Nordeste (destaque no CE).
Mapa 3
Deste modo, para evitar que o ocorrido na China e atualmente na Itália – os quais registram os maiores números – se repita no Brasil, é necessário assimilar/respeitar a quarentena proposta pelos governadores de diversos estados. O isolamento em residência é extremamente necessário e sua implementação suscitou, em vários países, uma melhor distribuição dos casos no tempo e com desdobramentos a impedir o sobrecarregamento do sistema de saúde.
Desde seus primórdios, os geógrafos e a Ciência Geografica contribuíram na análise dos fenômenos sociais e naturais, com ênfase no entendimento de suas repercussões no espaço e em conectividade com outras áreas do conhecimento. Não podemos, neste sentido, nos furtar a contribuir nas discussões sobre o planejamento de ações associadas ao atingimento do bem-estar humano. No caso específico do Novo Coronavírus, o uso das Geotecnologias certamente contribuirá na compreensão da espacialização dos casos confirmados e suspeitos em todo o país, com o intento de focar no Brasil Setentrional.
Considerando o quadro de Pandemia e a conjuntura política brasileira, a RENNEGEO não poderia deixar de destacar a importância da ciência no lido de eventos desta natureza, enfatizando a contribuição e atuação: I. das Universidades Públicas, a concentrarem maior número de pesquisas no país, dentre elas a realização do sequenciamento do genoma do Corona Virus por duas pesquisadoras; II. do Sistema Único de Saúde – SUS e de seus funcionários públicos. Por fim, são vários os exemplos sobre o impacto socioeconômico da ciência e tecnologia já amplamente divulgado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência Brasileira (SBPC), na saúde, agricultura, a produção animal, em políticas públicas. Essa última com contribuição das ciências humanas, não só nas políticas públicas para superação das desigualdades regionais. Cumpre assim seu papel e valida conjunto de investimentos públicos direcionados e a impactar no mundo no qual vivemos.
Fonte: PPGG/UNIR